Voltar

Escola de Música da UFRJ realiza 1ª Jornada do Violão nesta quinta (8/11)

Postado em Cursos, workshops e palestras em 08/11/2018

(Daniel Wolff)

Por Alessandro Soares e Rosualdo Rodrigues

Nesta quinta-feira (08/11), a Escola de Música da UFRJ realiza 1ª Jornada do Violão, das 9h às 180h30. Coordenado pela pesquisadora e professora Marcia Taborda, o evento oferece masterclass e recital do gaúcho Daniel Wolff e palestra com o luthier Ricardo Dias, sobre a luteria e a formação da música. Haverá também uma mesa redonda sob o tema Caminhos do violão: ensino, técnica e mercado de trabalho, mediada por Paulo Pedrassoli e formada por Marco Pereira, Nicolas De Souza Barros, Frederico Barros e Daniel Wolff.

A programação inclui ainda o painel O violão na produção acadêmica atual, no qual participam Valmir Oliveira (que aborda o violão como instrumento musicalizador), Elodie Bouny (sobre o Concurso Novas), Paula Borghi (Obras para violão solo de Mauricio Carrilho) e Fernando Cury (A obra de Arthur Kampela para violão solo).

Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Daniel Wolff tem, entre outros méritos, o de ter sido o primeiro brasileiro a obter o título de doutor em violão. “Vou fazer masterlass pela manhã, participar da mesa-redonda à tarde e encerrar com um recital, apresentando um programa variado. De Manuel De Falla vou tocar Hommage pour le tombeau de Debussy e um arranjo meu para El Sombrero de Três Picos. Tocarei também arranjos que fiz de viola da gamba para peças de Marin Marais e Sainte-Colombe, além de composições minhas e de Lorenzo Fernandez”, afirma em entrevista ao Acervo.

(Márcia Taborda)

Violão adequado ao repertório

Quem também participa da programação é o luthier carioca Ricardo Dias, que segundo ele próprio se trata de um tema que representa sua batalha cotidiana: “Tentar explicar para os alunos que há uma ferramenta certa para cada atividade. Se o gosto de determinado violonista é por Segovia ou Julian Bream, John Williams ou Manuel Barrueco, então deverá escolher um certo tipo de violão para otimizar essa busca. Cada maneira de tocar é otimizada por um tipo de construção, de violão, de concepção”, explica o luthier.

“Se você tem um violão igual ao do Barrueco e quiser tocar no estilo de Bream, vai ter extrema dificuldade, porque o instrumento não tem aquele repertório dentre dele, não tem as cores, não tem os timbres... É muito importante saber esses detalhes, aprender a ouvir.”

Por isso, Ricardo Dias costuma incentivar os estudantes a ouvir música não só no You Tube, mas também por meio de CD ou, ainda melhor, no LP. “Porque temos alunos que não sabem a diferença entre um MP3 para um LP, acham que o som é aquela coisa chapada, sem vida mesmo, do monitor do computador”.

(Ricardo Dias)

Imersão

A Jornada do Violão uma realização do Núcleo de Estudos do Violão da UFRJ. A organização do evento está a cargo de um grupo formado pela violonista Elodie Bouny e pelos professores Paulo Pedrassoli e Suely Campos Franco, sob coordenação de Marcia Taborda.

“O Núcleo foi criado em 2010, com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), como um laboratório. Desde então promovemos eventos, convidando professores de outros estados. Em 2016, o laboratório passou a ser um núcleo de pesquisa, vinculado à Pós-gradução em Música da UFRJ”, conta Marcia.

“Como grupo de pesquisa, a Jornada de Violão é a primeira atividade feita em colaboração. Pretendemos fazer várias, sempre dedicadas a um nome, um violonista, um professor. É uma imersão no tema do violão sob vários aspectos”, completa a coordenadora do evento.

Concurso Novas

(Elodie Bouny)

Um dos destaques do painel O violão na produção acadêmica atual, Elodie Bouny vai falar sobre o Concurso Novas 4a edição: incentivando a produção de novo repertório para violão. Criado em 2012 por Elodie, é o único concurso do país focado em repertório inédito para o instrumento. O júri é formado por Sergio Assad, Marco Pereira, Fábio Zanon e a própria idealizadora do projeto. Em cada edição, os jurados selecionam obras para a produção de um CD e de um álbum de partituras, que pode ser acessado pela página do concurso.  

Na terceira edição, realizada entre dezembro de 2015 e março de 2016, houve mais de 160 músicas inscritas. O número foi superior ao dobro do registrado na edição anterior. Foram selecionados 14 compositores e gravadas 15 músicas inéditas. As inscrições para a próxima edição deverão ocorrer no início de 2019, a serem divulgadas previamente pelo Acervo Digital do Violão Brasileiro.

Maurício Carrilho

Teu Olhar (Maurício Carrilho) from Paula Pereira Borghi on Vimeo.

No mesmo painel, a violonista Paula Borgui vai apresentar o resultado da pesquisa de mestrado que realizou pela UFRJ. O trabalho consiste na gravação audiovisual de Dez Obras para Violão Solo de Maurício Carrilho, sendo oito delas inéditas. “Além das gravações, disponibilizo também, no meu site pessoal e no site do PROMUS as dez partituras originais e as partituras revisadas e com digitação para o Violão”, descreve.

Paula afirma que agrupou as 10 peças em dois grupos distintos: “cinco delas têm uma escrita mais usual no universo do violão brasileiro solo e as outras cinco são escritas através da polifonia implícita. As obras escritas desta forma ganharam uma versão da partitura, na qual é possível visualizar explicitamente uma das possibilidades de polifonia existentes nelas. Então pretendo mostrar um pouco deste processo da reescrita destas obras e alguns dos vídeos gravados”.

Confira programação completa

9 horas - Abertura com Marcia Taborda (coordenadora do NEV/UFRJ)

9h15  -  Palestra “A luteria e a formação do músico”, com Ricardo Dias (luthier)

10h30 -  Masterclass com o professor Daniel Wolf (UFRGS)

14 horas – Mesa-redonda: Caminhos do violão – Ensino, técnica e mercado de trabalho, com os professores Daniel Wolf, Marco Pereira (UFRJ), Nicolas Barros  (coordenador do Mestrado Profissional em Música UniRio), Frederico Barros (PPGM-UFRJ). Mediador: professor Paulo Pedrassoli (UFRJ)

16h – O violão na produção acadêmica atual/Comunicações: Valmir Antonio de Oliveira (Violão como instrumento musicalizador), Elodie Bouny (Concurso Novas: incentivando a produção de novo repertório brasileiro para violão), Paula Borghi (Dez obras para violão solo de Mauricio Carrilho), Fernando Cury (A obra de Arthur Kampela para violão solo)

18h30  -   Recital com o professor Daniel Wolf

SERVIÇO

1ª Jornada do Violão UFRJ

Dia: quinta-feira (08/11)

Hora: das 9h às 18h30

Local: Escola de Música da UFRJ (Edifício Ventura, Avenida Chile, 330, Centro, Rio de Janeiro).

Entrada: todas as atividades são gratuitas

Ajude a preservar a memória da nossa cultura e a riqueza da música brasileira. Faça aqui sua doação.